Esta terça-feira (1/5) comemoramos o Dia do Trabalho, um momento importante para refletirmos sobre o mercado, nossa carreira e como preparar para o nosso futuro profissional mediante as mudanças do mercado. A data foi criada em razão das manifestações de trabalhadores da indústria de Chicago, nos Estados Unidos, que resultou na morte de alguns manifestantes. Eles reivindicavam melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho. Hoje nossos dilemas e lutas são mais complexos (vocês podem entender um pouco mais do que nos aflige nos posts deste blog). Não é mais suficiente apenas garantirmos salário e jornada reduzida, pois nossa relação com o trabalho mudou e continuará mudando. Hoje nossa busca é por um propósito maior.
Os profissionais não querem apenas o dinheiro, as empresas onde trabalham devem ser instrumentos de realização profissional, pessoal e social. Isso vem influenciando o mercado de trabalho e a forma como as empresas selecionam seus funcionários. Segundo Domenico De Mais, sociólogo italiano, o que o futuro reserva é a integração da educação, lazer e trabalho. Tudo estará no mesmo lugar. Pode não parecer, mas isso está ligada à sustentabilidade. Não adianta nada ter ideias voltadas para o meio ambiente se os profissionais que estão trabalhando nas empresas estão insatisfeitos. A sustentabilidade também passa pelas pessoas, e é uma questão de mão dupla.
Com essa realidade um conceito se desponta, criado pela consultoria britânica SustainAbility, os intraempreendedores sociais são pessoas inovadoras que, com sua criatividade, buscam não apenas resolver os problemas internos das empresas, mas também enxergam as externalidades. Para Marcus Nakagawa, idealizador e diretor-presidente da Abraps, “os profissionais da sustentabilidade são aquelas pessoas que, por meio do seu trabalho e suas ferramentas, buscam um mundo mais inclusivo, diverso, igualitário, ambiental e socialmente equilibrado. Eles querem empresas que comunguem com seus valores pessoais”. Já as empresas, vem desenvolvendo estratégias para aproveitar as características destes profissionais, contribuindo assim com a transformações de suas gestões.
Quem se enquadra a esse perfil é o administrador de 28 anos, Vitor Belota. Ele fundou, em 2013, a Litter of Light Brazil, uma ONG que tem como missão levar luz para comunidades sem acesso à energia elétrica ou sem infraestrutura de iluminação pública. A tecnologia utilizada pela ONG consiste em fabricar lâmpadas de baixo custo utilizando garrafas pet, enchendo-as com água e alvejante para que a luz solar incida sobre o líquido e ilumine o ambiente. Presente nas cinco regiões do país, ele já impactou mais de 6 mil pessoas com seu projeto de instalação de postes de PVC de baixo custo com placas solares capazes de armazenar até 32 horas de energia.
Segundo ele “o maior motivo da Litter of Light Brazil ter dado certo é por que ele faz algo que ninguém fazia. Ninguém trabalhava com iluminação pública no terceiro setor, o que é impressionante. Não reinventamos a roda nem nada”. Ele era intercabista no Quênia e atuava como professor em comunidades carentes quando teve a ideia para tentar resolver a dificuldade de dar aula em uma sala escura. “Eu queria fazer algo de útil, não simplesmente continuar trabalhando para deixar o meu chefe mais rico”, conta ele em uma entrevista.
Hoje na presidência do conselho Litter of Light Brazil, Vitor também atua como gerente de comunidade do Cici-co, espaço de inovação para empreendedores cívico-social. Por lá ele reúne 44 organizações que geram transformações positivas na sociedade, como a aceleradora Instituto Quintessa, a plataforma de inovação em sustentabilidade Sustainable Brands e a entidade de combate à corrupção Transparência Internacional.
Ele, que conta que gosta de inspirar as pessoas a seguirem uma trajetória de empreendedorismo social, acredita na metáfora do bonsai. “A semente do bonsai é igualzinha à das árvores maiores. Ele só não cresce porque o pote onde foi plantado o limita. Existem muitas pessoas-bonsai por aí, que não conseguem quebrar os potes sozinhas, e que só precisam de uma oportunidade para alcançar seu maior potencial”, finaliza ele.
É você quer ser intraempreendedor ou uma pessoa-bonsai? O que te move, conte-nos!
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