Por Júlia Ramalho
Transformadora
de pessoas e empresas na sua melhor versão
Para falar de trabalho em equipe,
te convido a acompanhar um dia na vida de Carla, designer de moda para wearable solares. Em 2025, Carla terá 32 anos e sua vida será, cada vez
mais, controlada por máquinas. Ela terá mais de um trabalho, e todos eles em
equipe.
Às 7h o dispositivo de
pulso (fitbit) de Carla estará
monitorando o melhor momento para acordá-la. Às 7:07, na oscilação certa do
sono, isso vai acontecer. Em seguida, Jarvis, seu mordomo virtual, lhe comunica
a temperatura, abre as cortinas e pergunta se já pode fazer suas torradas e seu
café. Jarvis lembra Carla das várias reuniões que terá durante o dia. Às 9h acontecerá
a reunião do projeto Werable Solar, no
qual ela precisa desenvolver o design para roupas que recarregarão dispositivos
como celular, e-reader etc. Essa reunião envolve pessoas de todo o mundo: cada
um, com sua especialidade, contribui para a criação de uma nova linha de roupas
tecnológicas. Às 14h será o momento de uma reunião com pessoas da sua cidade, para
revitalização urbana. Depois de cinco reuniões virtuais, o time concluiu que
era hora de se encontrarem num coworking
para materializarem as ideias do projeto. Por fim, às 17h, ela irá se reunir
com o pessoal de Manaus, Curitiba, Vitória e Rio de Janeiro em um projeto para
sua banda musical.
É provável que Carla,
assim como nós, passe a desenvolver seu trabalho, na maior parte do tempo, sob
o controle de máquinas. Esse trabalho poderá ser exercido de forma solitária,
mas, na maior parte do tempo, ela estará conectada com equipes remotas e,
eventualmente, até mesmo presenciais.
Assim como Carla, teremos
vários trabalhos diversificados, flexíveis e por projetos. Cada vez mais, nosso
trabalho será: digital (pelas
tecnologias on-line), dinâmico/disruptivo
(passando por mudanças bruscas o tempo todo), baseado em dados (o mundo digital explodiu o volume de dados disponível sobre
tudo e todos) e realizado em equipe.
Nesse cenário, uma das
habilidades (soft skills) mais
importantes para nos mantermos ativos no mercado de trabalho será o
trabalho em equipe. Existem
inúmeras razões para esta ser a segunda entrada de minha lista das habilidades para o futuro do trabalho,
mas vou contar a você pelo menos três destes motivos.
Primeiro, por que quando o
trabalho em equipe existe como habilidade
comprovada, ele atesta a existência de outras habilidades, como inteligência
emocional, saber lidar com conflitos, cooperação, negociação, comunicação, autogestão,
dentre outros. Quando alguém trabalha bem em equipe, consegue comunicar os
problemas, ajustando e negociando expectativas. Com a inteligência emocional,
diante de problemas é capaz de manter a calma e focar nas soluções. Procura ser positivo, ao invés de buscar
culpados ou mesmo deixar que se instaure um conflito maior. Em equipe, sabemos
que somos parte de um projeto maior. E, por isso, estamos atentos à melhor forma
de desempenhar nosso papel e cooperar com todos, não medindo esforços para
ajudar.
Segundo, por que o
trabalho em equipe existe, na sua melhor versão, quando valores como confiança e respeito estão
presente entre os membros. Não há como cooperar, dar ideias e ter uma conversa
aberta diante de conflitos quando não confiamos uns nos outros. Num ambiente
onde não há confiança, estamos competindo, querendo ser mais individualmente que
o próprio time. Se, numa equipe, temos pessoas diferentes, com habilidades
diferentes, quem é o mais importante? Não há como responder a isso, não é
mesmo? Então, o respeito às diferenças é também um valor, por meio do qual se
reconhece a contribuição de cada um, a seu tempo e a seu modo. Em uma equipe, cada um é importante.
Terceiro, por que ela
permite que o time encontre uma forma e uma dinâmica próprias de funcionamento,
sem fórmulas prontas. Uma equipe, como um espaço de interação entre seres humanos
(em breve teremos que pensar como os robôs afetarão esse cenário...), está
sempre aberta ao imponderável das relações. Se cada um de nós tem um traço ou padrão
de funcionamento, quando interagimos com confiança e respeito, nos abrimos para
outras dinâmicas, que também nos alteram. Esta abertura e o reconhecimento de
alteridades permite que o trabalho funcione numa dinâmica fluida, que se torna criativa
e resolutiva. Nesse sentido, a equipe é muito mais livre para criar que um
grupo instituído com imposição de regras e rotinas rígidas, e com liderança
única. Por outro lado, a equipe se torna também muito mais que o próprio indivíduo,
uma vez que este age com a limitação de suas próprias habilidades.
Na medida que vemos
tecnologias permitindo, cada vez mais, a interação entre as pessoas, a distância
e virtualmente; na medida que o trabalho se torna mais complexo e exige pessoas
com expertises diversas, geograficamente distantes; e na medida que as novas
tecnologias aceleram as mudanças, precisaremos de soluções complexas e
inovadoras. Nesse cenário, não há como o trabalho em equipe não ser fundamental:
afinal, o futuro já chegou! Sozinhos teremos poucas condições para inovar, e em
grupos rígidos seremos lentos demais devido às regras em excesso e à
necessidade de soluções autorizadas pela gestão.
Nesse futuro que já está
em processo, precisaremos recombinar nossas habilidades com as de outras
pessoas. Estaremos conectados a várias equipes, com trabalhos cada vez mais
virtuais e digitais. E, ainda, ao nos reinventarmos, precisaremos de parcerias,
as quais poderão ser conseguidas por meio de equipes remotas de trabalho. Se
você ainda tem dificuldades para trabalhar em equipe, comece a se abrir para
isto.
Em breve volto com mais
uma das habilidades para o futuro.
PS: Se você ainda não
reconhece este cenário como muito provável para o trabalho e a vida em 2025, você está
atrasado! Sugiro que google it –
jogue no Google – e veja como estes dispositivos e sistemas já estão em fase de
teste – como o mordomo Jarvis - ou, até mesmo, já sendo vendidos (como os weareables de pulso). Pesquise sobre o
que temos funcionando de: inteligência artificial, IoT- internet das coisas,
realidade virtual aumentada –holografia, e etc.
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