DEZ RAZÕES PARA SER OTIMISTA EM RELAÇÃO AO FUTURO


Há mudanças positivas acontecendo no planeta. Com desafios é claro. O mais difícil é enxergar adiante.
Carlos Teixeira
Jornalista/Designer do Futuro

Pergunte aos seus avós. A geração dos idosos de hoje, nascida entre 1920 e 1940, dirá que a vida antigamente era mais difícil. Bem mais. A expectativa média de vida de então girava em pouco menos de 40 anos. Doenças podiam ser, quase sempre, fulminantes. A maior parte da população ainda vivia no interior. Grande parte dos seus parentes tem histórias de quem utilizava os rios para lavar roupas e passava com ferro a carvão.

A vida não era fácil. Mesmo que alguns romanceiem algo como “os bons tempos de antigamente”. Vai viver lá para ver como era de fato. Temos confortos que nenhum dos nossos avós abriria mão hoje, em relação ao que tiveram na infância ou na adolescência. A evolução da qualidade de vida e a disponibilidade de facilidades no cotidiano, formam o conjunto, em essência, do primeiro argumento para quem, usando filtros contra tons e contradições, pretenda ver o futuro com algum otimismo.

A longo prazo as coisas melhoram. O padrão de vida médio, mesmo para a população urbana de baixa renda tem melhorado de algum modo. Hoje, o panorama de favelas brasileiras mostra casas de alvenaria, ao contrário dos barracões de zinco, pendurados no morro, tradição do país pobretão e infeliz, segundo a música cantada por Elizeth Cardoso e Jacob do Bandolin, na década de 1950.

Saúde

E há acesso a recursos de saúde, de educação e de saneamento que não existiam há pouco mais de 40 anos. Segundo o relatório “Pobreza e Prosperidade Compartilhada”, divulgado no final de 2016 pelo Banco Mundial, o número de pessoas que vivem em condições de pobreza extrema no mundo diminuiu, apesar da crise econômica global. A própria instituição faz a ressalva de que os altos níveis de desigualdade não serão revertidos antes de 2030.

O otimismo em relação ao futuro também é justificado pelas perspectivas de avanço da área de saúde. A possibilidade de ampliação da longevidade com qualidade de vida parece clara a cada divulgação de novas desobertas que facilitarão o diagnóstico e o tratamento de doenças. A proliferação de tecnologias e grupos de discussão em redes sociais facilita o acesso a informações e vai obrigar os sistemas de saúde, inclusive os médicos, a se reposicionar para garantir as suas atividades.

Bem ao contrário do que aconteceu há quase 100 anos. Em 1918, a gripe espanhola, considerada a pior pandemia da história da humanidade, matou entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas. Riscos de epidemias existem, claro. Mas as tecnologias tendem a gerar respostas mais rápidas para evitar a proliferação que resulte na morte de milhões de pessoas. A capacidade de criação de novos remédios e de prevenção já está sendo fortalecida, definindo novos padrões de acesso aos recursos de saúde.

Para ser otimista é necessário entender também que para toda ação há uma reação, como lembra, com razão, a física das leis de Newton. Neste exato momento, há grupos de voluntários em regiões da África tentando mudar o mundo, assim como pessoas que se dispõem a ajudar outras a aprender a andar de bicicletas, por conta de causas que pretendem, em síntese, melhorar o mundo. A mobilização tende a ser crescente com novas gerações que consideram os atuais modelos de produção insatisfatórios para garantir um futuro melhor para a humanidade.

De uma forma geral, o capitalismo hegemônico começa a ser colocado em xeque. Há novas propostas, baseadas em economia colaborativa ou solidária. A busca pelo consumo consciente. Paralelamente, as populações encaram o desgaste dos modelos políticos. O que leva, até mesmo, a reverter em parte a atuação dos governos em relação às questões climáticas. Enfim, há uma aposta em novas gerações capazes de pressionar a sociedade para gerar um mundo melhor.


10 RAZÕES PARA SER OTIMISTA COM O FUTURO

  1. O mundo melhora, lentamento mas melhora
  2. A sociedade reaje contra as desigualdades, devagar mas reaje
  3. Redução do ritmo de crescimento da população global
  4. Reação ao aquecimento global
  5. Alternativas ao capitalismo hegemônico
  6. Evolução dos negócios engajados, baseados em colaboração e solidariedade
  7. Mobilização popular por mudanças, com destaque para novas gerações
  8. Redução do consumo pelo consumo
  9. Avanços tecnológicos em geral, na saúde em particular
  10. Expansão do acesso à internet

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