VOCÊ TERÁ EMPREGO NOS PRÓXIMOS ANOS?

Por Júlia Ramalho
Transformadora de pessoas e empresas na sua melhor versão


Quando falamos de emprego, geralmente a primeira ideia que vem à nossa  cabeça é a situação econômica no país. Se a economia acelerar, todos poderão se arranjar e conseguir um trabalho, não é mesmo?

Então, eu tenho uma notícia boa e uma ruim. Talvez a economia comece a melhorar em 2018. Há vários economistas apostando nisto. Por outro lado, mesmo que a economia melhore, as vagas não devem retornar ao mercado com a mesma velocidade. Algumas, inclusive, não retornarão por terem sido substituídas pela automação ou por processos mais racionais e enxutos.

Além disso, para conseguir uma dessas vagas talvez seja importante você se diferenciar. Mas, como você irá se diferenciar num mercado que a cada dia deixa todos iguais? Isso mesmo, deixa todos muito semelhantes, pelo menos em termos de formação. Explico. Antes, poucos faziam graduação e pós-graduação. No entanto, nos últimos anos vimos um volume significativo de pessoas fazendo esses cursos. A graduação, quase como uma continuidade obrigatória dos estudos do ensino médio. Diante desse cenário, como você pode se diferenciar?

Quando começar a tentar responder esta pergunta, você fará um movimento importante: vai entender que não basta ficar esperando a economia melhorar e aparecer um emprego. Talvez seja hora de descobrir como o seu trabalho pode contribuir para o mundo e quais formatos ele pode ter.

Se o mundo precisa do que você faz, ou do que você resolve com seu trabalho, talvez você não precise ficar esperando o emprego. Está na hora de você entender quais formatos de serviços pode oferecer, pois assim você começará a inovar. Pense com a cabeça do seu cliente, daqueles e daquelas que usarão seus serviços, e desenhe novos formatos possíveis para atender a essas pessoas. Isso te ajudará a se inovar, quem sabe até mesmo a empreender, ao invés de ficar esperando por um emprego.

Tente encontrar uma palavra-chave que sempre funcionou como seu motivador. Lembre-se das coisas que você fez bem ao longo da sua vida. Procure recordar os momentos nos quais você estava no seu melhor em relação ao trabalho. O que havia ali que fazia tudo fluir?

Certa vez, um cliente procurando alternativas de trabalho identificou que o que ele gostava era de “escutar”.  Esta era sua palavra-chave! Ele era engenheiro e o que mais gostava nos seus projetos não era exatamente de criar, calcular ou projetar. Ele gostava de ouvir as histórias das pessoas, de interagir com elas. Depois de várias conversas e reflexões, ele entendeu que o diferencial dele era a capacidade de ouvir e sentir empatia, tanto com relação ao cliente quanto com relação à equipe. Tente se lembrar de quantos engenheiros você conhece e que são muito bons em ouvir as pessoas. Não que os engenheiros não possam ter essa habilidade, mas geralmente as pessoas com paixão por ouvir e muita habilidade comunicacional escolhem fazer cursos em outras áreas, não é mesmo?

Pois sabe o que ele fez? Passou a direcionar sua busca de trabalho para novas áreas, ligadas à gestão de pessoas. Reformatou seu currículo dando ênfase à sua capacidade de escuta do cliente, à sua facilidade para lidar com pessoas da equipe. E destacou suas habilidades gerenciais.

Ele conseguiu, assim, um emprego completamente novo em sua área. Mas, o mais importante, ele começou a pesquisar um novo modelo de negócio, no qual ele poderia exercitar mais sua capacidade de diagnóstico das necessidades do cliente.

O que essa história nos ensina? Que não é a profissão que define o que é o seu trabalho, não completamente. É possível investigar, na sua história e no seu perfil, o que te realiza, o que você deseja fazer, quais habilidades podem ser consideradas seus pontos fortes. Assim, você poderá conseguir trabalho num mundo de transformações tecnológicas disruptivas, de  alterações bruscas, que formatam as profissões como algo totalmente diferente do que conhecemos.

Você será capaz de inventar trabalhos se entender em que você é bom e como você pode fazer a diferença em um mundo que tem necessidades intermináveis. Então, bora lá, olhar para fora da caixa de uma profissão?


No próximo texto, começarei a contar sobre as habilidades e competências do futuro. Quais habilidades ajudarão a te manter trabalhando neste mundo de transformações aceleradas e exponenciais.



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