Transformadora
de pessoas e empresas na sua melhor versão
A autogestão nada tem a
ver com uma armadilha tosca de “rotinas para o sucesso”, como muitos apregoam.
Ela é a capacidade de reconhecer um desejo único, aonde se quer chegar, e de focar
nas ações necessárias para chegar lá. E saber que, para isso, é preciso abrir
mão de muitas coisas, porque nosso tempo é finito.
Num mundo em que as
tecnologias estão lendo nossos comportamentos on-line, é de se esperar que sejamos
tentados com cada vez mais ofertas de consumo: consumo de notícias, de produtos
e serviços, de soluções para a vida, dentre outros. Será importante irmos além
dos scripts prontos, dos roteiros de
vida apregoados em revistas de sucesso e de carreira.
Estamos entrando numa era em
que garantias prontas de sucesso não se sustentarão. O imperativo das mudanças
disruptivas e bruscas exigirá que tenhamos um norte claro para que possamos,
como um GPS, reprogramar nossa rota. Não há como avançarmos neste futuro, que
já chegou, sem um norte próprio e sem a autogestão.
Suponhamos que você acorde
de manhã e, antes mesmo de sair da cama, cheque suas mensagens. Em seguida, se
distrairia zapeando no Facebook e nos
grupos do WhatsApp. Quando se assustasse,
já estaria começando a ficar atrasado para o trabalho. Ao chegar ao serviço e
ligar o computador, ativaria várias telas ao mesmo tempo: uma planilha de
orçamento, as pesquisas a serem feitas para um novo produto, sites de notícias,
e por aí vai. Durante o dia, atenderia a todas demandas que fossem chegando:
e-mails, telefonemas e todo tipo de chamada para trocar uma ideia ou pedir
algo. Fofocas pessoais, comentários do time de futebol, a atualização de uma
nova moda ou uma onda da internet, até mesmo o que rola dentro na firma. Tudo te
interessa e capta sua atenção. Quantos de nós não temos vivido nesse fluxo
interminável de multitarefas e assuntos?
Um cliente em processo de coaching dizia que valorizava família e
amigos, ao mesmo tempo em que seu sonho era ser o presidente na empresa em que
trabalhava. Como conciliar responsabilidade por um número cada vez maior de
pessoas, de operações, de estratégias, de articulações complexas e políticas com
uma vida tranquila a ser desfrutada com amigos e família? Algumas coisas são inconciliáveis
por serem praticamente excludentes em uma vida que, como dissemos, tem
limitações de tempo.
Não delimitar o que
queremos nos deixa à deriva em uma sociedade que nos ilude de que tudo podemos.
Nos deixa à deriva nas demandas do outro. Sem um norte claro, não estabelecemos
os preços que estamos dispostos a pagar. Não fazemos nossas escolhas e, com elas,
identificamos o foco a ser mantido para alcançarmos o que desejamos.
Durante os últimos tempos,
a importância da organização e da disciplina foi totalmente desconstruída. Vivendo
os resquícios de um mundo rígido, estruturado e autoritário, passamos a pensar
que a alternativa a tudo isto seria a liberdade, e ser livre se resumiria a
viver sem regras, sem limites, tudo podendo. Ledo engano.
Para sermos livres, de
fato, é preciso descobrirmos o que nos move e o que fazemos melhor. Pelo que nosso
coração bate mais forte. Com o que o tempo passa sem que percebamos. Sabendo
disso, entenderemos também que há um “pedágio” em nossa escolha. Que é preciso
dedicar estudos e treinos a este fazer. E que só conseguiremos isso quando formos
capazes de abrir mão daquilo que nos distrai, nos faz perder tempo, não nos
ajuda a avançar. É preciso, sim, foco e disciplina para sermos aquilo que
queremos. Como um músico de jazz, treinamos muito com regras a execução da
música, para, só então, podermos improvisar com liberdade.
Ótima colocação, parabéns pelo texto!
ResponderExcluirEm alguns momentos parecia contar trechos do meu dia a dia.
Oi Alessndro, bacana seu retorno! Temos que ficar atentos. Se conseguimos perder o foco com o início das novas tecnologias, imagine com o que vem por ai? Hora de saber o que quer, organizar as demandas e foco, heim! Abração, Julia
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