Diante deste cenário proponho a você a repensar 6 pontos fundamentais em sua profissão e/ou trabalho. Vamos lá?
- Ao responder à questão no início deste texto você conseguiu diferenciar se sua insatisfação é com o trabalho que vem desenvolvendo, com a profissão que escolheu ou com a carreira que traçou? Saber fazer essa distinção pode ser um caminho rumo a solução do seu problema. Você pode achar chato seu trabalho, mas nem sempre isto é motivo para mudar de profissão. Às vezes você está insatisfeito, por exemplo, em ser um médico clínico por achar monótona e solitária a rotina desta especialidade, mas existem várias formas de atuação para essa profissão. Quem sabe a satisfação não está em atuar na medicina como pesquisador, professor, gestor na área de saúde, empreendedor? Ou seja, você não precisa largar a medicina, mas, sim, experimentar um novo trabalho nesta profissão.
- Você já viu à sua volta as transformações do mercado? Talvez a possibilidade de ser mais feliz no que se faz está em expandir as fronteiras de sua profissão. O que quero dizer é que muitas vezes pensamos em nossos ofícios com o foco para as funções que estamos exercendo ou como a profissão foi sendo estabelecida. É importante entendermos que nesse momento as fronteiras das profissões estão mais fluidas. Por exemplo, um mediador ele é hoje oriundo de qual profissão? Ele tem formação própria, mas muitas vezes vem de uma profissão anterior, como psicólogo ou advogado. Neste sentido, a formação de origem pode estar se expandindo para novos trabalhos e formações, não é mesmo?
- Sem perspectiva de crescimento, você acha que está no topo da carreira e que não tem mais o que aprender? Aí temos um grande problema! As profissões vão mudar muito rápido, aliás, já estão mudando, e por mais que você tenha uma posição executiva e carreira sólida não quer dizer que você não tenha mais o que aprender. Você sabia que já existem vários “data journalists” no jornal New York Times? Esta é uma profissão na qual o jornalista tem que aprender a programar. Não basta ter anos de experiência e uma rede de fontes e contato. A ideia é que o jornalista saiba usar melhor as redes digitais para pesquisar e encontrar dados e informações relevantes. Então, investigue dentro e fora da empresa as possibilidades de aprendizagem. Arrisque-se em novos projetos e amplie a possibilidade de desenvolver novas habilidades e conhecimentos.
- Seu trabalho/profissão pode ser dividido em tarefas e processos? Se você identificar que há muitas rotinas na execução de seu trabalho é provável que sua profissão esteja em risco! Nesse caso a solução não é mudar de carreira, mas repensar a profissão e o trabalho. O desenvolvimento de novas habilidades e o interesse em novos conhecimentos podem ser o caminho. Outra ideia importante aqui é pensar em qual tecnologia é importante você se requalificar para realizar o seu trabalho. Cada vez mais será necessário nos atualizarmos através de microlearning, método de ensino mais flexível, que consegue oferecer conhecimentos específicos em um tempo menor. Hoje, além de cursos e treinamentos presenciais, contamos com cursos on-line, aplicativos (Udacity e Udemy) e LinkedIn learning. Falando nisso, o próprio LinkedIn está evoluindo com o propósito de sugerir cursos de atualização a partir do que ele conhece de sua formação e da demanda do mercado.
- A cultura organizacional das empresas pelas quais passou não permitiram ou não permitem realizar o trabalho que tanto sonha? Este é uma situação muito difícil! A maioria da gestão das empresas é feita por uma geração analógico-digital. Nesse caso, não adianta necessariamente mudar de profissão, afinal o problema está nas organizações. Talvez seja o caso de buscar desenvolver suas habilidades de liderança para mudar essa cultura ou encontrar na sua profissão uma possibilidade mais empreendedora.
- O que te fez escolher sua profissão? Muitas vezes não paramos para pensar nisso. No meu trabalho com jovens e adultos, quando estão escolhendo ou repensando a profissão, algumas respostas se repetem quanto as motivações da escolha, como: escolher a profissão dos pais por acreditar ter caminhos prontos, as facilidades com algumas disciplinas do colégio e a situação de demanda de mercado da profissão. Normalmente não se investiga valores, propósitos ou mesmo o estilo de vida que a profissão permitirá levar. Uma dica aqui é retroceder ao passado e analisar: o que na infância e adolescência você gostava de fazer? Quais perguntas você se fazia? Sobre o que tinha curiosidade? Como sua profissão se conecta com as questões que estiveram na sua vida (e talvez ainda estejam, mesmo que adormecidas ou negligenciadas)?
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